Escrita acadêmica: atividade dialógica do pesquisador.
DOI:
https://doi.org/10.18554/ifd.v8i1.5597Palavras-chave:
Escrita acadêmica, discurso de outrem, filiação teórica.Resumo
RESUMO: Este trabalho tem como objeto de estudo a escrita acadêmica, a atividade dialógica que o pesquisador, enquanto sujeito social, realiza com o discurso de outrem na elaboração de seu plano de dizer, na construção de artigos que circulam em periódicos científicos, como atividade de pesquisa, como produção de conhecimento da universidade. Escrever uma pesquisa pressupõe convocar outras pesquisas, bem como colocar autores em diálogo. Esse diálogo pode ser observado e analisado a partir das formas da língua. Nesse sentido, delimitamos como objetivo deste trabalho olhar reflexivamente para a materialidade da escrita de artigos científicos, a fim de identificar as operações parafrásticas que o pesquisador realiza ao mobilizar a voz de outrem em sua escrita e compreendê-las como pistas que ajudam a entender a construção da filiação do sujeito, que escreve, a uma linha de pensamento teórico. Para esta análise tomamos como ponto de partida os estudos de Bakhtin/Volochinov (2003), segundo o qual cada dizer não pode ser visto como um texto isolado, produzido por uma espécie de adão criador das palavras e dos sentidos que carregam, mas como um enunciado compreendido como uma unidade de interação entre sujeitos, como portador de uma genealogia social; na perspectiva de Fuchs (1985) sobre a paráfrase como uma operação linguístico-discursiva para elaboração de novos enunciados; Authier-Revuz (2004) sobre as formas heterogêneas de inserção do outro no discurso pelas formas de alusão e França (2018) sobre a voz referência na constituição da filiação teórica. Como objeto de análise, tomamos artigos coletados em periódicos científicos maranhenses.
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