Insurgência Feminina: Uma trajetória de lutas e conquistas na obra "Quarto de Despejo".
DOI:
https://doi.org/10.18554/ifd.v11i1.7598Resumo
Resumo
O contexto sócio-histórico brasileiro remete ao patriarcado estrutural em que gênero, classe e raça foram os determinantes para se ter reconhecimento social significativo. Desde a colonização do país as mulheres foram silenciadas de suas narrativas e atuações, sobrando quase sempre um tímido papel como coadjuvantes da história. Essas representações tornam-se ainda mais apagadas quando nos referimos ao papel da mulher negra. Apesar dos tímidos avanços, a situação da mulher, sobretudo da mulher negra, está longe de ser justa, pois de modo geral, possuem salários baixos e desproporcionais ao salário dos homens, baixa representatividade nos diversos campos das esferas sociais, além de ser o principal alvo da necropolítica instaurada no país, segundo dados do IBGE (2018), Mbembe (2016) e Almeida (2020), Souza (2021), Gonzales (1984), Ribeiro (2019) e Akotirene (2020). No entanto, diante desse cenário hostil, algumas mulheres conseguiram contornar a dura realidade histórica e destacaram-se através de suas narrativas e trajetórias. Exemplo disso é a escritora Carolina Maria de Jesus, ao descrever no livro Quarto de despejo, publicado em 1960, a realidade vivida na comunidade do Canindé em São Paulo. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar, a partir da obra, os elementos que compuseram o perfil dessa mulher negra. Para compreender o sujeito da pesquisa, traremos para discussão outras mulheres como Davis (2016), González (1984), Ribeiro (2018, 2019), Hooks (2013, 2014). Como abordagem metodológica adotamos a hermenêutica para realizar a análise, uma vez que a filosofia e a literatura se relacionam no espaço crítico e interpretativo da obra.
Palavras-chave: Mulheres brasileiras; Racismo estrutural; Literatura; Autoria feminina.
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