Ricardo Domeneck e a reivindicação do lirismo
DOI:
https://doi.org/10.18554/rs.v8i2.4157Palavras-chave:
Ricardo Domeneck, Lirismo, Poesia brasileira contemporâneaResumo
Ricardo Domeneck frequentemente associa seu trabalho poético à tradição lírica. Sublinhar o lirismo, nesse caso, tem um sentido crítico e estabelece, principalmente, um contraste em relação às tendências mais objetivas da poesia brasileira, que foram formuladas a partir de uma determinada leitura da poesia e do discurso crítico de João Cabral de Melo Neto. Partindo de textos ensaísticos de Ricardo Domeneck e do livro a cadela sem Logos, o presente trabalho pretende investigar a concepção de lirismo que está em jogo. Nesse sentido, a discussão convoca oposições como interioridade e exterioridade, subjetividade e objetividade, profundidade e superfície, metonímia e metáfora para esboçar os contornos da articulação que o poeta faz desses termos. A hipótese deste trabalho é que, em lugar de um ensimesmamento narcísico, a reinscrição do lirismo em Ricardo Domeneck pressupõe o embate do eu com o outro e o faz como trânsito, passagem e deslocamento. Desse modo, a crítica da objetividade converge com uma problematização das categorias constantemente associadas ao lirismo e uma reconfiguração do sentido da poesia lírica.
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