O CINEMA EM CENA: UM DIÁLOGO ENTRE LINGUAGENS NA OBRA DE MANOEL DE OLIVEIRA

Autores

  • Mariana Veiga Copertino UNESP FCL/Ar

DOI:

https://doi.org/10.18554/rs.v4i2.584

Resumo

O cinema de Manoel de Oliveira tem a marca da resistência ao cinema comercial que se vende para a indústria cultural. Por conta disso, este cineasta é considerado um revolucionário dessa arte, e não só quando se trata do âmbito do cinema português. Com 104 anos de idade, dos quais 80 são dedicados ao cinema, Oliveira tem 26 filmes de curta e média-metragem e mais de 30 de longa-metragem, produzidos em Portugal, França, Itália, Suíça e Brasil. Tendo dado início à sua carreira em 1931 com o documentário Douro, Faina Fluvial, Manoel de Oliveira atravessou o século XX, realizando pelo menos um filme por ano desde o princípio da década de 1980, quando lançou Francisca (1981). Adentrou ainda o século XXI, tendo produzido diversos  filmes, longas e curtas-metragens, até o ano de 2012.

A obra de Manoel de Oliveira é caracterizada pelas constantes inovações e pela valorização do cinema enquanto arte. Observando o conjunto de suas produções, é possível afirmar que uma das características mais marcantes de Manoel de Oliveira é a dedicação a utilizar textos literários como fonte para seus filmes, buscando estabelecer um diálogo entre a arte do cinema e outras artes, especialmente a literatura e o teatro, ao lado da música e da pintura. Tendo como base obras literárias de diversos gêneros, Oliveira procura fazer releituras, criando novas obras que buscam quebrar o ritmo frenético da vida moderna. Essa relação estreita que Manoel de Oliveira estabelece entre o cinema e outras artes, sobretudo o teatro, acaba por provocar um efeito estético que evoca o teatro político: o distanciamento entre o espectador e a obra, a fim de mostrá-la efetivamente como uma obra de ficção.

Centrado nessa concepção estética de Oliveira, o objetivo deste trabalho é analisar um de seus filmes baseados em textos literários – Meu Caso (Mon cas), produzido em 1986 e inspirado no drama homônimo de José Régio.  Pretendemos identificar nele o diálogo entre literatura, teatro e cinema, considerando os aspectos da teatralidade presentes no filme. Buscaremos verificar a hipótese de que Manoel de Oliveira preza o uso dos elementos teatrais como forma de inovar o cinema, unindo as duas artes, teatro e cinema. Esperamos mostrar, deste modo, como é teatral a obra cinematográfica de Manoel de Oliveira.

Biografia do Autor

Mariana Veiga Copertino, UNESP FCL/Ar

Mestranda do Programa de Pós Graduação em Estudos Literários, da UNESP FCL/Ar. 

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Publicado

2014-08-06

Como Citar

Copertino, M. V. (2014). O CINEMA EM CENA: UM DIÁLOGO ENTRE LINGUAGENS NA OBRA DE MANOEL DE OLIVEIRA. Revista Do Sell, 4(2). https://doi.org/10.18554/rs.v4i2.584