Linguística aplicada transgressiva na formação de professores de língua espanhola: a decolonialidade como perspectiva de ensino
DOI:
https://doi.org/10.18554/p89qz854Resumo
A decolonialidade pretende desfazer padrões internalizados em vínculos sociais, culturais, raciais, de gênero/sexualidade, políticos e econômicos instituídos desde os processos coloniais. Neste trabalho, buscamos as marcas e práticas decoloniais que podem ser mobilizadas, a partir da análise do primeiro volume do livro didático da coleção “Sentidos en Lengua Española”, de Luciana Maria Almeida e Elzimar Goettenauer de Marins Costa. Igualmente, procuramos trazer os olhares do sul para o processo de formação de professores, priorizando o papel social do professor. Embasamo-nos teoricamente nos estudos da Linguística Aplicada transgressiva e crítica (Pennycook, 2008) e nas Epistemologias do Sul (Santos, 2010). Em concordância teórica, também adotamos Kleiman (2013), Walsh (2009; 2010; 2017;), Pardo (2019), entre outros, sobre um olhar decolonial do ensino de línguas estrangeiras e da formação docente. Ao final, expomos nossa análise de atividades extraídas do material didático e reflexões sobre elas e o livro como um todo. Concluímos que o material promove uma educação contextualizada, consciente das múltiplas identidades e saberes presentes na língua e cultura espanhola e contribui para a formação de professores de língua espanhola responsáveis socialmente.
Palavras-chave: Linguística Aplicada; Decolonialidade; Formação de professores
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