NA FALA DE NÓS NÃO SE USA NOSSO: UMA ANÁLISE VARIACIONISTA DO POSSESSIVO DE PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL NA COMUNIDADE BAIXIO/SÃO JOSÉ DO PIAUÍ-PI
DOI:
https://doi.org/10.18554/ri.v12i2.3765Resumo
Neste trabalho, abordamos um fenômeno da fala de uma comunidade rural, trata-se da substituição do pronome nosso pela expressão de nós. Temos por teoria base a Sociolinguística Variacionista e objetivamos investigar o uso da expressão de nós na fala dos habitantes da comunidade de Baixio, a partir da identificação dos fatores que condicionam o uso dessa expressão, das variáveis linguísticas e sociais que condicionam esse uso, além da análise do contexto morfossintático em que os falantes da comunidade utilizam tal expressão. Realizamos uma pesquisa de campo, na qual fizemos gravações com 32 informantes, levando-se em consideração a faixa etária, a escolaridade e o gênero. Os resultados mostram que os falantes mais jovens, do gênero masculino e com escolaridade tendem a utilizar a expressão de nós mais que o possessivo nosso e mais ainda que a forma da gente. Quanto aos aspectos sintáticos, a função sintática é determinante para o uso das variantes, pois algumas funções sintáticas só podem ser exercidas por termos preposicionados, inibindo o uso do nosso. Quanto a anteposição e a posposição da variante ao elemento com o qual se relaciona, a variante nosso pode figurar nas duas posições, já as formas de nós e da gente podem aparecer apenas na posição posposta. Para a realização do trabalho, nos baseamos em autores como Monteiro (2000), Tarallo (2003), Naro (2004), Alkmim (2012), Camacho (2012, 2013), Labov (2008), Bagno (2017), Votre (2017) e outros.Downloads
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