LA CITÉ DES DAMES: MEMÓRIAS DA CLAUSURA E A (RE)SIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO PELA NARRATIVA POÉTICA
DOI:
https://doi.org/10.18554/it.v13i2.5802Resumo
O espaço sempre foi importante elemento de busca entre os pesquisadores da narrativa poética e, ainda que, historicamente, seja um termo incialmente vinculado ao século XIX, ele está presente em prosas, as quais carregam poesia como Le Livre de la Cité des Dames, da autora medieval Christine de Piza, escrito em 1405. Dessa forma, é relevante frisar que a Cité des Dames, já descrita no título da obra, será ao mesmo tempo protagonista e alvo de construções alegóricas por meio de uma escolha lexical bastante específica. Ainda, salientamos que a contraposição entre clausura – representada pelo quarto físico – e espaço de liberdade, o qual é definido pela Cité, simbolizam um embate ideológico não só pelo qual Christine, a protagonista que leva o mesmo nome da autora, passa, mas também o leitor quando há a ressignificação de histórias antes fossilizadas. Nessa perspectiva, as vozes femininas que estavam caladas também pelos autores presentes nos livros dentro do quarto de Christine são aquelas que poderão contar suas histórias à medida que as Damas Celestiais aparecem para a jovem estudiosa e a retiram do sofrimento em que se encontra. Ademais, assim como preconiza a narrativa poética, a análise da poesia se encontra na maneira como surgem construções sintáticas e retóricas que convencem e persuadem as damas a agirem contrariamente ao que pressupunha o padrão social ao qual elas estavam submetidas.
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