Paráfrase: um jogo de reflexão e refração de sentidos
DOI:
https://doi.org/10.18554/ifd.v8i1.5583Palavras-chave:
Paráfrase, Discurso Outro, Filiação TeóricaResumo
A escrita de uma pesquisa, especialmente de artigos científicos que circulam em periódicos, é construída com base em já ditos que devem ficar aparentes. Uma das estratégias dessa visibilidade são as formas de discurso citado, que deixam à mostra os já ditos, os autores e indiciam a linha de pensamento que fundamenta a pesquisa, a filiação teórica. É para a relação entre essas estratégias, mais particularmente para as operações parafrásticas, e a filiação teórica que voltamos nossa atenção, neste trabalho. Nosso objetivo é analisar a paráfrase, na escrita de artigos científicos, como atividade de interpretação do discurso de outrem e estratégia de construção da filiação teórica do pesquisador. Investigamos a paráfrase como um esquema linguístico-discursivo de reformulação e produção de um novo dizer, como uma operação marcada por negociações de sentido com a palavra alheia, como uma atividade responsiva e responsável de um sujeito que busca se colocar como filiado a uma linha de pensamento. Delimitamos como objeto de análise artigos de periódicos científicos maranhenses da área de Letras, disponíveis online, especificamente artigos que tratam sobre o ensino de língua portuguesa. Exploramos neste trabalho, três artigos que representam a regularidade de operações que encontramos tanto no que se refere aos autores citados quanto às operações parafrásticas realizadas. Para essa problematização, trazemos a concepção de dialogismo e formas do discurso de outrem, de Bakhtin/Volochinov (2014), a concepção de paráfrase de Fuchs (1985), e França (2018) sobre a filiação teórica na escrita acadêmica.Referências
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