O saber e o fazer pedagógico: uma análise discursiva sobre a leitura e a escrita em tempos de ensino remoto
DOI:
https://doi.org/10.18554/ifd.v8i1.5600Palavras-chave:
Leitura e escrita, mediação, ensino remoto.Resumo
O ensino remoto tem estado presente na maioria das escolas brasileiras desde que foram suspensas as aulas presenciais em consequência da pandemia da Covid-19. A implementação dessa forma de ensino tem sido desafiadora para profissionais da área educacional, considerando as especificidades regionais, das escolas e das famílias. Esse contexto nos incentivou a desenvolver o seguinte questionamento: de que modo a mediação do professor, no processo de leitura e escrita, tem funcionado no sentido de estimular os alunos a ler e a escrever? Para respondê-la, analisamos as percepções dos professores sobre o processo de leitura e escrita no ensino remoto. Especificamente, identificamos diferentes visões dos professores sobre o ensino remoto e a aprendizagem; e analisamos como leitura e escrita participam, enquanto mediação, do ensino de português a partir deste contexto. Utilizamos, como metodologia, questionários (virtuais), aplicados entre os dias 21-28/08/2020 a 32 professores das redes pública e privada de ensino. Fundamentamo-nos, principalmente, em Geraldi (1997; 2011), que nos apresenta o uso do texto como fundamental na construção e mediação do conhecimento; em Orlandi (2008), que considera que a linguagem é constituída a partir da relação entre homem e realidade histórico-social; em Smolka (1987), Soares (2014) e Mortatti (2020), que defendem o processo de alfabetização numa perspectiva discursiva. Nossos resultados indicam que parte significativa dos professores considera ser possível criar condições para atividades interativas envolvendo leitura e escrita, apesar das dificuldades referentes à motivação dos alunos e à disponibilização de ferramentas e de formação para a nova realidade do ensino.
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