A discriminação da população negra no mercado de trabalho brasileiro pós abolição

Autores

  • Érika Cristina Silva Alves Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais - SEE/MG
  • Anna Carolina Carvalho Rocha

DOI:

https://doi.org/10.18554/ifd.v8i2.5726

Palavras-chave:

Doutrinas racistas. Mercado de trabalho. Discriminação Racial. Mobilidade Social. Redução de Desigualdades.

Resumo

O racismo estrutural presente no Brasil, decorrente do colonialismo e a escravização de povos negros por séculos, produziu consequências na esfera econômica, política por exemplo, na constituição sócio-histórica do país. No período pós-abolição, teorias racistas foram criadas com o intuito de justificar a inferioridade da raça negra e continuar as práticas discriminatórias na época. Paralelamente, a população negra seguiu neste cenário conturbado buscando condições melhores de subsistência, e o acesso ao mercado de trabalho foi uma delas. Historicamente, negros ocupam cargos subalternos e a remuneração tende a ser inferior comparadas a pessoas não-negras trabalhando na mesma função. Ações para reparar as discrepâncias causadas pelo racismo ao longo da história são necessárias, principalmente no campo da educação. Sabe-se que o nível de escolaridade é um fator primordial para a ascensão financeira e melhoria na qualidade de vida do cidadão.  Por esta razão, este artigo objetiva tecer algumas ponderações a respeito dos mecanismos arquitetados para reduzir os valores do corpo negro na sociedade, como também da discriminação sofrida por negros e negras no mercado de trabalho brasileiro. Em contrapartida, ressaltar a contribuição das oportunidades educacionais como uma das formas de minimização desse processo avassalador, a partir da contextualização histórica da construção de um Brasil viável pós abolição da escravatura.

Biografia do Autor

Érika Cristina Silva Alves, Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais - SEE/MG

Mestra em Educação - UFTM

Professora Educação Básica Rede Estadual de Educação - SEE/MG

 

 

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro: Editora Jandaíra, 2020.

Agência o Globo. Magalu afirma que manterá seleção de trainees apenas para negros. Publicado em 20/09/2020. Disponível em https://exame.com/negocios/magalu-afirma-que-mantera-selecao-de-trainees-apenas-para-negros/. Acesso em 13/12/2020

ALMEDIA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.

ARANTES, José Tadeu. Racismo e Branquitude na Sociedade Brasileira. Agência FAPESP. Publicado em 05/02/2015.

BARBOSA, Maria Rita de Jesus. A influência das teorias raciais na sociedade brasileira (1870-1930) e a materialização da Lei nº 10.639/03. Revista Eletrônica de Educação, v. 10, n. 2, p. 260-272, 2016

CARNEIRO, Sueli. Expectativas de ação das empresas para superar a discriminação racial. Reflexão, Ano 3, n. 8, setembro. 2002

FERNANDES, Claudio. Tese do branqueamento. Disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/tese-branqueamento.htm. Acesso em 13/12/2020

FERREIRA, Abílio. Tebas, um negro arquiteto na São Paulo escravocrata. São Paulo: IDEA, 2018

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica, n. 41. 2018

Instituto Ethos. Perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas. São Paulo: ETHOS, 2016.

SCHWARCZ. Lilia Moritz. Previsões são sempre traiçoeiras: João Baptista de Lacerda e seu Brasil branco. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.18, n.1, p.225-242, 2011

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. 2012

SILVA, Rene Marc da Costa. A constituição de 1988 e a discriminação racial e de gênero no mercado de trabalho no Brasil. Revista de Informação Legislativa. Ano 50, n. 200, p. 229-248, 2013

SOUZA, Florentina da Silva. Afro-descendência em cadernos negros e jornal do MNU. 1. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2006.

PIRES, Breiller. Viver como escravo depois da abolição: “Pra quem nasceu preto, a escravidão continuava sendo normal”. Publicado em 13/05/2020. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2020-05-13/viver-como-escravo-depois-da-abolicao-pra-quem-nasceu-preto-a-escravidao-continuava-sendo-normal.html. Acesso em 13/12/2020

THEODORO, Helena. Mito e espiritualidade: mulheres negras. Rio de Janeiro: Pallas,1996

Downloads

Publicado

2021-08-02

Edição

Seção

A educação de povos originários (indígenas), africanos e afrodescendentes no Brasil.