Biodiversidade local, territorialidades e singularidades na formação de professores de ciências

Resumo

O objetivo desse trabalho é analisar aspectos das singularidades e das biodiversidades expressadas por professores em formação inicial em ciências da natureza. A perspectiva teórica vem questionando o modelo hegemônico calcado no cientificismo na formação de professores em ciências da natureza buscando provocar novos caminhos a partir das relações interculturais. A construção dos dados ocorreu através do recorte de um questionário do tipo likert. Nesse instrumento selecionamos frases afirmativas com dois focos principais: 1) refletindo dimensões antropocêntrica, socioambiental e romântica da biodiversidade; 2) particularidades das identidades e perspectivas mais amplas, seja social ou institucional, que delimitam possíveis traços das singularidades. Os participantes são da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), pertencentes a cursos com habilitação para a docência em ciências da natureza. Nos resultados percebemos maior concordância dos participantes nos momentos que as afirmativas manifestavam frases socialmente consensuais ou remetendo a conceitos dos conhecimentos das ciências. Quando outras afirmativas traziam essas mesmas temáticas a partir de uma perspectiva mais problematizadora e controversa, constatou-se um grande número de posicionamentos contraditórios entre as afirmativas, além do aumento da opção imparcial.  Pelo conjunto dessas posições tomadas nesses momentos é possível perceber contradições que sugerem também conflitos que permeiam as biodiversidades, relações construídas pelas territorialidades e traços de suas singularidades, portanto contribui para repensar o processo de formação considerando esses elementos.