Emancipações epistemológicas a partir da descolonização

(re)formulando a educação jurídica desde o sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/ifd.v8i3.6093

Resumo

O presente artigo visa abordar as potencialidades que um fazer pedagógico crítico decolonial pode propiciar no ensino jurídico. Parte-se do diagnóstico de que ainda prevalece no campo de estudos e de práticas pedagógicas do direito, no Brasil, a hegemonia de perspectivas eurocentradas que erguem-se por meio de outros contextos para deduzir e entender a realidade local. A fim de avançar em um novo paradigma que quebre essa "monocultura" epistemológica, as possibilidades de uma pedagogia crítica e decolonial se mostram frutíferas para as escolas de direito. Em diálogo com a literatura crítica da pedagogia, propõe-se a ideia de descolonização do ensino jurídico, resgatando pensadores(as) marginais e revisitando outros conhecimentos. Busca-se, com essa proposta, uma mudança epistemológica decolonial que diz respeito à práxis de oposição ao projeto de conhecimento eurocentrado e racista, no campo do direito, imposto como universal ao mundo. Constatou-se que essa resistência epistêmica, na prática, impõe a reelaboração de currículos e a inclusão de outros saberes e conhecimentos nas ciências jurídicas tradicionais por meio de metodologias alternativas de ensino. Como proposta empírica, apresentou-se experiência dos autores com uma atividade envolvendo a descentralização da bibliografia tradicional de Teoria Geral do Estado por meio de seminários temáticos e plurais com potenciais transformadores.

Biografia do Autor

Bruno Lopes Ninomiya, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Graduando em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Pesquisador do Núcleo de Direito e Descolonização (USJT/CNPq), do Laboratório de Sociologia do Direito (UPM), do Grupo de Pesquisa “O Sistema de Seguridade Social” (UPM/CNPq) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UPM), com fomento do MackPesquisa. E-mail: blopesn@hotmail.com

Gabriel Antonio Silveira Mantelli, Universidade de São Paulo

Doutorando em Filosofia e Teoria Geral do Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Professor de Direito na Universidade São Judas Tadeu (USJT), onde coordena o Núcleo de Direito e Descolonização (USJT/CNPq), e na Escola Superior de Engenharia e Gestão (ESEG - Faculdade do Grupo ETAPA). Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito SP), com período de pesquisa na Kent Law School. Bacharel em Direito pela USP. Advogado da Conectas Direitos Humanos e consultor em São Paulo. E-mail: gabrielmantelli@gmail.com

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Publicado

2021-09-30

Edição

Seção

Decolonizando a pedagogia: um olhar do Sul