Unidade na diversidade: entre utopias e concretudes em pesquisas desde a educação popular / Unity in diversity: between utopias and concreteness...
DOI:
https://doi.org/10.18554/cimeac.v10i1.4168Resumo
Neste artigo, discorremos sobre como a utopia “unidade na diversidade” pode se contrapor à máxima “dividir para conquistar” que legitima a hierarquização cultural – construída cientificamente – e o processo de desumanização dela decorrente. Nos aportes da Educação Popular e nas obras de Paulo Freire, a esperança é compreendida como necessidade ontológica que assume um papel fundante na construção de uma nova ética erigida na possibilidade de con-vivência e co-existência entre os/as diferentes. Tal ética se faz ainda mais necessária nesses tempos em que vivenciamos, na América Latina, a exacerbação das consequências necrófilas do neocolonialismo e neoconservadorismo. Em consonância com a feminista negra bel hooks, entendemos que a teoria pode configurar-se como “local de cura”, quando parte do lugar da dor e da luta, buscando criar sentidos e jornadas teóricas aliadas aos processos de humanização daqueles/as que são proibidos/as de ser. A teoria como “local de cura” é uma metáfora viável que nos mobiliza a caminhar no sentido da transformação construtiva das universidades por meio da utopia: unidade na diversidade. Por fim, apresentamos resultados de pesquisas que suscitam contribuições para criação de teorias a partir de vivências, dores, opressões e lutas cotidianas que, além de denunciarem a desumanização presente, anunciam inéditos-viáveis e possibilidades de emancipação.
Palavras-chave: Unidade na diversidade; Utopia; Educação Popular; Ciência; Teoria como cura.
ABSTRACT: In this article, we discuss how the utopia "unity in diversity" can be contrasted with the maxim "divide to conquer" that legitimizes the cultural hierarchy - scientifically constructed - and the resulting dehumanization process. In the contributions of Popular Education and Paulo Freire's works, hope is understood as an ontological necessity that assumes a fundamental role in the construction of a new ethics erected in the possibility of sharing and co-existence within the different. Such an ethic is even more necessary in these times when we experience in Latin America the exacerbation of the necrophilic consequences of neocolonialism and neoconservatism. In line with the black feminist bel hooks, we understand that the theory can be configured as a “place of cure”, when it starts from the place of pain and struggle, seeking to create meanings and theoretical journeys combined with the humanization processes of those who are forbidden to be. Theory as a “place of cure” is a viable metaphor that mobilizes us to move towards the constructive transformation of universities through utopia: unity in diversity. Finally, we present research results that raise contributions to the creation of theories based on daily experiences, pains, oppressions and struggles that, besides denouncing the present dehumanization, announce unpublished and viable possibilities for emancipation.
Keywords: Unity in diversity; Utopia; Popular education; Science; Theory as cure.
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