Etnografia como campo de pesquisa na e para a prática docente de professores indígenas Iny-Karajá que ensinam Ciências e Matemática

Autores

  • Raimundo Ribeiro dos Santos Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso. Professor de Educação Básica na área de Ensino de Ciências Biológicas.
  • Elisângela Aparecida Pereira de Melo Universidade Federal do Tocantins (UFT);Professora do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins (UFT)/Câmpus de Araguaína; Professora pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM/Câmpus de Araguaína).

DOI:

https://doi.org/10.18554/cimeac.v11i1.5243

Resumo

Este trabalho é proveniente de um estudo desenvolvido na Comunidade Indígena Itxala, município de Santa Terezinha, Estado de Mato Grosso, acerca das práticas socioculturais empreendidas pelos indígenas Iny-Karajá em distintas atividades cotidianas que contemplam as paisagens de manifestações culturais e originárias do povo das águas. Como ponto de partida, trazemos a seguinte indagação: Em que termos é possível etnografar os saberes originários do povo Iny-Karajá na perspectiva de mobilizar e potencializar ações educativas para a sala de aula? Nesse sentido, objetivamos descrever as práticas socioculturais que podem mobilizar e potencializar atividades para o ensino de Ciências e Matemática. O estudo pauta-se na abordagem qualitativa de cunho etnográfico, permitindo evidenciar as impressões e as percepções dos professores, por meio da entrevista narrativa e da participação para observar o cotidiano desses indígenas no decurso da realização de suas práticas socioculturais, com destaque para as pinturas corporais e as ações educativas. Nossas reflexões evidenciam, dentre outras possibilidades, o compartilhar de novos conhecimentos e de atividades escolares na e para a sala de aula mediadas por elementos socioculturais do contexto comunitário, emergindo a negociação de significados como estratégia mediadora e potencializadora do aprendizado de Ciências e Matemática no contexto escolar local.

Palavras-chave: Práticas socioculturais. Atividades educativas. Ensino de Ciências e Matemática.

 

Abstract: This work comes from a study developed in the Itxala Indigenous Community, located in the municipality of Santa Terezinha, State of Mato Grosso, Brazil. It is focused on addressing socio-cultural practices of the Iny-Karajá indigenous people during their different daily activities, which include cultural and original manifestations of the people of the waters. As a starting point, we bring the following question: How is it possible to know, through ethnography, the knowledge originating from the Iny-Karajá people in the perspective of mobilizing and enhancing educational actions for the classroom? So, we aim to describe the socio-cultural practices that can mobilize and enhance activities for the teaching of Science and Mathematics. This study is based on a qualitative ethnographic approach, allowing to evidence the impressions and perceptions of teachers through narrative interview and participation, with the intention of observing the daily lives of these indigenous people during the performance of their socio-cultural practices, with emphasis on body paintings and educational actions. Among other possibilities, our reflections show the sharing of new knowledge and school activities in and for the classroom, mediated by sociocultural elements of the community context, making the negotiation of meanings emerge as a mediating and enhancing strategy for the learning of Sciences and Mathematics in the local school context.

Keywords: Sociocultural practices. Educational activities. Science and Mathematics Teaching.

Biografia do Autor

Raimundo Ribeiro dos Santos, Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso. Professor de Educação Básica na área de Ensino de Ciências Biológicas.

Professor da Rede Pública de Ensino do Estado de Mato Grosso, licenciado em Biologia pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat); Especialista em Ecologia pela Unemat; Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGecim) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Sistemas Socioculturais de Educação Matemática (SISMAT)/UFT.

Elisângela Aparecida Pereira de Melo, Universidade Federal do Tocantins (UFT);Professora do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins (UFT)/Câmpus de Araguaína; Professora pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM/Câmpus de Araguaína).

Universidade Federal do Tocantins (UFT)

elisangelamelo@uft.edu.br

https://orcid.org/0000-0001-6827-0566

Possui Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas pela Universidade Federal do Pará (UFPA); Mestrado em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação, linha de pesquisa Educação Matemática, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Graduada em Licenciatura em Matemática pela Universidade do Estado do Tocantins (Unitins); Professora do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins (UFT)/Câmpus de Araguaína; Professora pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM/Câmpus de Araguaína). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa Grupo de Pesquisa em Sistemas Socioculturais de Educação Matemática (SISMAT)/UFT; Membra do Grupo de Estudos e Pesquisa de Práticas Investigativas em Educação Matemática (GEPIMat)/UFAM e Tutora do Grupo PET/Conexões de Saberes Indígenas.

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Publicado

2021-06-25