Etnografia como campo de pesquisa na e para a prática docente de professores indígenas Iny-Karajá que ensinam Ciências e Matemática
DOI:
https://doi.org/10.18554/cimeac.v11i1.5243Resumo
Este trabalho é proveniente de um estudo desenvolvido na Comunidade Indígena Itxala, município de Santa Terezinha, Estado de Mato Grosso, acerca das práticas socioculturais empreendidas pelos indígenas Iny-Karajá em distintas atividades cotidianas que contemplam as paisagens de manifestações culturais e originárias do povo das águas. Como ponto de partida, trazemos a seguinte indagação: Em que termos é possível etnografar os saberes originários do povo Iny-Karajá na perspectiva de mobilizar e potencializar ações educativas para a sala de aula? Nesse sentido, objetivamos descrever as práticas socioculturais que podem mobilizar e potencializar atividades para o ensino de Ciências e Matemática. O estudo pauta-se na abordagem qualitativa de cunho etnográfico, permitindo evidenciar as impressões e as percepções dos professores, por meio da entrevista narrativa e da participação para observar o cotidiano desses indígenas no decurso da realização de suas práticas socioculturais, com destaque para as pinturas corporais e as ações educativas. Nossas reflexões evidenciam, dentre outras possibilidades, o compartilhar de novos conhecimentos e de atividades escolares na e para a sala de aula mediadas por elementos socioculturais do contexto comunitário, emergindo a negociação de significados como estratégia mediadora e potencializadora do aprendizado de Ciências e Matemática no contexto escolar local.
Palavras-chave: Práticas socioculturais. Atividades educativas. Ensino de Ciências e Matemática.
Abstract: This work comes from a study developed in the Itxala Indigenous Community, located in the municipality of Santa Terezinha, State of Mato Grosso, Brazil. It is focused on addressing socio-cultural practices of the Iny-Karajá indigenous people during their different daily activities, which include cultural and original manifestations of the people of the waters. As a starting point, we bring the following question: How is it possible to know, through ethnography, the knowledge originating from the Iny-Karajá people in the perspective of mobilizing and enhancing educational actions for the classroom? So, we aim to describe the socio-cultural practices that can mobilize and enhance activities for the teaching of Science and Mathematics. This study is based on a qualitative ethnographic approach, allowing to evidence the impressions and perceptions of teachers through narrative interview and participation, with the intention of observing the daily lives of these indigenous people during the performance of their socio-cultural practices, with emphasis on body paintings and educational actions. Among other possibilities, our reflections show the sharing of new knowledge and school activities in and for the classroom, mediated by sociocultural elements of the community context, making the negotiation of meanings emerge as a mediating and enhancing strategy for the learning of Sciences and Mathematics in the local school context.
Keywords: Sociocultural practices. Educational activities. Science and Mathematics Teaching.
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