Sociomaterialidade do cabelo crespo: intimidades materiais e letramento agencial no ensino de Biologia

Autores

  • Geisieli Rita de Oliveira UFMG
  • Francisco Ângelo Coutinho UFMG

DOI:

https://doi.org/10.18554/cimeac.v13i1.6924

Resumo

Como testemunha das diásporas africanas, o cabelo crespo é intensamente político, cientifico, social e educativo.  Todavia, no espaço escolar o cabelo crespo usado ao natural é frequentemente expresso como um traço não-humano. Para que expressões racistas não se normalizem no ambiente escolar, faz-se necessário tomá-las com porta de entrada de práticas de ensino antirracista. O presente artigo pretende contribuir nessa direção, tendo como propósito documentar as sociomaterialidades dos cabelos crespos como uma superfície afetiva por meio da qual podemos compreender as experiências raciais e o engajamento de estudantes do ensino médio com a biologia evolutiva como prática antirracista. Para análise dos dados utilizamos a abordagem teórico-metodológica da Teoria Ator-Rede (ANT), principalmente na versão apresentada por Latour (2012) e fazemos uma ampliação com a proposta de realismo agencial de Barad (2007). Em nossas análises, foi possível perceber o cabelo crespo como uma rede, um local do qual emergem intimidades materiais e que, por consequente, faz emergir letramentos agenciais (BARAD, 2000, 2001) antirracistas no ensino de biologia.

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Publicado

2023-08-28

Edição

Seção

Artigos