A obra de Adonias Filho nas escolas de Itajuípe: reflexões críticas sobre identidade cultural
DOI:
https://doi.org/10.18554/rs.v14i1.8264Palavras-chave:
Corpo Vivo, Pensamento decolonial, Letramento literárioResumo
O objetivo central deste trabalho consiste em discutir as representações dos trabalhadores ligados à economia do cacau e de povos indígenas na obra Corpo Vivo, de Adonias Filho (1962), tendo por alicerce teórico o pensamento decolonial, sobretudo com Quijano (2005). A análise parte do pressuposto de que a literatura, enquanto prática discursiva, é atravessada por ideologias que revelam ou ocultam estruturas de dominação. Assim, analisamos as marcas de colonialidade presentes no referido romance, considerando as bases conservadoras da ideologia integralista e católica do autor. Nesse sentido, problematizamos também a forma acrítica como Adonias Filho é celebrado na cidade de Itajuípe, em escolas, memorial e eventos da comunidade, fazendo sua trajetória conservadora ser esmaecida, contribuindo para a imagem apolítica que o autor construiu para si. De modo consequente, propomos, a partir das ideias de letramento literário de Cosson (2009), uma sequência didática para o estudo dessa narrativa de Adonias Filho nas escolas do referido município. Acreditamos, assim, que a valorização das obras desse autor deve contemplar um exercício crítico de leitura capaz de afirmar positivamente a identidade cultural dos/as estudantes, geralmente, filhos e filhas de trabalhadores.
Palavras-chave: Corpo Vivo; Pensamento decolonial; Letramento literário.
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