“Sou analfabeta, mas não sou pacata": estratégias construídas por mulheres negras pouco escolarizadas
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v0i0.2642Resumo
A pesquisa teve apoio do CNPq, visou compreender as estratégias construídas por mulheres negras (pretas e pardas) educandas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para viverem com pouca ou nenhuma escolaridade em uma sociedade organizada através da escrita. Para isso, foram selecionadas cinco mulheres – com idade entre 27 e 67 anos – em processo de alfabetização na EJA. Buscou-se resgatar os eventos de letramento de que essas mulheres participam em sua vida cotidiana, para compreender quais soluções elas encontram para resolver situações que exigem leitura e escrita (na vida pessoal, profissional e na escola). Para isso, utilizou-se, enquanto procedimento metodológico, a abordagem de pesquisa qualitativa e como ferramenta, o estudo de caso com entrevistas, em dois momentos: no primeiro, as entrevistas foram individuais narrativas e no segundo, entrevistas semi-estruturadas. Foram articuladas as categorias gênero, raça, trabalho e geração e utilizaram-se os conceitos de vulnerabilidade social, estratégia, interseccionalidade e analfabetismo. Foi possível observar trajetórias comuns entre as entrevistadas: abandono, pobreza, violência doméstica, baixos salários. Confirmou-se a hipótese inicial de que as questões relativas a gênero, raça e pouca escolarização conjugadas produzem efeitos sociais na vida delas.
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