Tecendo fios da memória biocultural feminina kalunga
uma pesquisa participante com licenciandas em Educação do Campo
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v17i2.6889Palavras-chave:
Educação Ambiental, Quilombolas, Saberes SocioambientaisResumo
O objetivo deste artigo é apresentar as possibilidades de se trabalhar a construção de narrativas autobiográficas de licenciandas quilombolas, em processos formativos na Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade de Brasília, por meio de uma oficina realizada durante o Tempo Universidade. Essa proposta metodológica foi construída na perspectiva da pesquisa participante com centralidade na memória biocultural Kalunga, em diálogos e experiências vividas durante as atividades. Buscamos fomentar um processo de quilombolizar práticas em Educação Ambiental, seja na formação em Educação do Campo ou na Educação em Ciências, tecendo fios entre os saberes e fazeres socioambientais presentes em narrativas orais, escritas e visuais das estudantes participantes da pesquisa. A memória biocultural feminina Kalunga que emergiu dos relatos expressa as ideias-força da Educação do Campo de maneira contundente, tais como as infâncias que se integram ao socioambiente, os saberes ancestrais de cuidados femininos, o manejo do solo e o cultivo e coleta de alimentos, a luta da comunidade em defesa de seus territórios, dentre outros. Esses aspectos denotam a relevância dos conhecimentos quilombolas em processos educativos emancipatórios por meio de uma Educação Ambiental na perspectiva crítica e transformadora, com possibilidade para ser ampliada a diversos contextos educacionais.
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