Pode um(a) decolonial defender a ciência e seu ensino? Não só pode, como deve!
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v18iEsp.1.7838Palavras-chave:
Decolonialidade, Multiculturalismo, Negacionismo CientíficoResumo
O propósito deste trabalho é construir e propor argumentos a favor da defesa da ciência desde as perspectivas decoloniais, pensando uma educação científica comprometida com a superação de heranças e de impactos da colonização e da colonialidade. Para tal fim, apresentamos o conceito de decolonialidade e as relações que tem se construído nesse movimento com a ciência na educação científica, construindo reflexões sobre a desconfiança na ciência, que se circunscreve nos estudos decoloniais, tendendo à valorização de outros saberes que não os da “ciência moderna”. Fundamentados em dados sobre a educação científica no Brasil, mostramos que a colonialidade na educação pública tem se manifestado mais pela negação de acesso ao conhecimento científico, do que na garantia de aprendizagem com qualidade da ciência por parte dos povos colonizados. Defendemos que lutar contra a violência colonial e construir processos de emancipação contra as opressões da colonização e da colonialidade na educação científica deve passar, necessariamente, pela defesa explícita e engajada da ciência, percebendo a mesma como aliada e indispensável na luta, e não só como o problema que temos que superar, debater, substituir ou descentralizar.
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