O livro didático como documento histórico para análise do currículo de Química e Ciências
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v0i0.3583Palabras clave:
Livro didático, Currículo de química, Reformas educacionais.Resumen
Este trabalho apresenta um breve resgate da história dos currículos de ciências e de química no Brasil considerando os aspectos legais bem como cenários sociais mais amplos intervenientes na elaboração de livros didáticos (LD) de ciências, do 9º ano do Ensino Fundamental, e química, do 1º ano do Ensino Médio. Ao reconhecer a importância dos LDs como ‘documentos históricos’ da educação e, com inspiração na perspectiva das teorias críticas do currículo, foram analisados seis LDs por meio da análise de conteúdo, a partir das categorias de conteúdo curricular e temas contextuais. A presença, bem como as semelhanças e diferenças, de conteúdos de química e de possíveis contextos de utilização em ambos os níveis de ensino, foram os disparadores da investigação que reconhece, nas categorias definidas, os valores sociais atribuídos ao ensino da Química na educação básica. Concluiu-se que os LDs, embora tentem cumprir o disposto nos documentos orientadores do ensino, apresentam disparidades entre as necessidades sociais mais amplas, as demandas econômicas do país e/ou as perspectivas políticas que as leis e outros documentos expressam. Ficou evidente que os conteúdos curriculares apresentam considerável semelhança em diferentes épocas históricas e que os temas contextuais de utilização/aplicação destes conteúdos seguem as tendências mundiais de ensino contextualizado.
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Autores 1,2 e 3 (referência omitida para evitar a identificação dos autores do trabalho).
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