O CHAMADO DAS PEDRAS: O CAMINHO DE VIDA, MEMÓRIA E POESIA EM CORA CORALINA
DOI:
https://doi.org/10.18554/rs.v7i2.2337Palavras-chave:
Cora Coralina, Poesia, MemóriaResumo
Criadora de uma poética que se constrói, inicialmente, a partir do tempo passado, Cora Coralina recria a existência humana em versos. A partir de sua ideia de poetização do mundo, este trabalho busca entender o lugar da vida, memória e poesia na reimaginação de um universo. Segundo Benjamin (1987), a memória altera a realidade continuamente. Algo próximo da ideia de Bachelard (1978) sobre o pensamento poético. Cora Coralina, que constantemente se volta para o próprio passado em seus três livros de poemas publicados, não pode ser vista unicamente como uma transcritora dos acontecimentos ocorridos. Ela é, antes de tudo, a criadora de um universo que se apoia numa ideia de mundo em que tudo o que existe está ligado por um eterno ciclo de finalizações e recomeços. A poesia surge como unificadora desse universo, em que a matéria interior da escritora e o mundo exterior se alteram mutualmente em um processo contínuo. Nesse caminho, Cora Coralina reivindica para a poesia o lugar de entrecruzamento de tempos em que ela pode reencontrar a si mesma em ligação com o outro humano e o universo. O pensamento se liga aos espaços exteriores, explorando no mundo a presença do tempo e da vida. Palavras-chave: Cora Coralina; Poesia; Memória.
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