Quando me descobri negra: mulheres negras e a construção da identidade no livro de Bianca Santana
DOI:
https://doi.org/10.18554/rs.v11i1.6775Palavras-chave:
Identidade, Mulher negra, Bianca SantanaResumo
A literatura de autoria feminina é um ramo que ainda enfrenta muitos desafios no que concerne à participação desproporcional de autoras na prática literária, assim como o seu reconhecimento na historiografia literária diacrônica e sincronicamente. O campo literário assume sua dimensão política, para além de artística, e reproduz preconceitos incutidos na sociedade, sendo uma atividade excludente e que deixa à margem mulheres, negros, pobres, homossexuais e grupos minoritários, além de reificar estereótipos e promover o racismo. Com o objetivo de pensar essas relações de poder e perceber como essas relações de instabilidade política e desigualdade social se ancoram no texto literário, o presente artigo constrói uma leitura analítica do livro Quando me descobri negra, de Santana (2018), a partir da noção de identidade construída por diferentes pensadores, como Kabengele Munanga, Nilma Lino Gomes e Stuart Hall. O livro em análise trabalha como tema principal a questão racial e seus vários enfoques. A análise tem como aporte a crítica literária feminista e o feminismo negro, a fim de pensar o texto literário de autoria feminina negra como um potente instrumento político que evoca a ancestralidade e pode promover a construção da identidade negra.
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