ÁRVORE SAGRADA: ESCRITURA DE MULHERES NEGRAS, INTERSECCIONALIDADE E RESISTÊNCIA ÀS ESTRUTURAS CANÔNICAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18554/it.v13i2.5104

Palavras-chave:

Cânone Literário, Escritoras negras, Interseccionalidade, Feminismo negro.

Resumo

O presente artigo trata a respeito da necessária revisão do cânone literário sob uma perspectiva interseccional, identificando o Feminismo Negro como nascedouro desta metodologia de análise que permite uma caracterização não definitiva do feminino, haja vista que localiza a crítica no atravessamento de formas diversas de subalternização, distanciando-se do essencialismo presente no termo universal mulher. Promove-se, assim, a auto representação das mulheres negras escritoras, que por muito tempo foram relegadas ao lugar da não representação. Como corpus literário, elege-se o poema Árvore Sagrada, da poeta Aidil Lima, mulher afro-brasileira nascida na cidade de Cachoeira, na Bahia, através do qual, se intenta analisar a pertinência de se compreender os atravessamentos, nas representações do presente, dos seres subalternizados e, portanto, desviantes da norma na dinâmica da sociedade branca. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Butler (2017); Fernandes (2016); Akotirene (2018); Berth (2018); Ribeiro (2017); entre outros.

Biografia do Autor

Elisiane Santos de Matos, Universidade Estadual de Santa Cruz

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2009). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia. É graduada em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2013). É integrante do grupo de pesquisa "Comunicação, Mídia e Cultura: Tradições e Traduções" - CMCTT. Especialista em Gestão Cultural pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Mestra em Letras: Linguagens e Representações, pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Doutoranda em Letras: Linguagens e Representações, pela Universidade Estadual de Santa Cruz.

Sandra Maria Pereira do Sacramento, Universidade Estadual de Santa Cruz


Possui graduação em Letras- Português Literatura pela Faculdade de Humanidades Pedro II- Rio de Janeiro (1978), mestrado em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1993), doutorado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), com bolsa do CNPq, e Pós-doutorado pela Université Poitiers-France (2012-2013), com bolsa da Capes. Membro do GT/ANPOLL Mulher e Literatura e do Centre de Recherches Latino-Américaines; MSHS da Université Poitiers-France. É professora plena aposentada pela Universidade Estadual de Santa Cruz, onde elaborou e implementou o projeto do mestrado em Letras: Linguagens e Representações, aprovado pela Capes, em 2017. Atuou na graduação em Letras e no Profletras/UESC. Atualmente, é professora permanente do quadro docente do referido Programa. Detém experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Literatura Comparada, principalmente, nos seguintes temas: mulher, feminismo, estudos de gênero, alteridade e revisão do cânone literário.

Referências

AKOTIRENE, C. O que é interseccionalidade? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018.

BERTH, J. O que é empoderamento? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018.

BUTLER, J. Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2017.

CARNEIRO, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

COLLIN, F. Diferença dos sexos (teorias da). Tradução de Vivian Aranha Saboia. In: Dicionário Crítico do Feminismo. Org. Helena Hidrata. Françoise Laborie. Hélène Le Doaré. DanièleSenoTier. São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 59-66.

COLLINS, P. H. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 99-127, 2016.

DAVIS, A. Mulheres, Raça e Classe. Tradução de Heci Regina Candini. São Paulo, Boitempo, 2016.

DELPHY, C. Patriarcado (teorias do). Tradução: Francisco Ribeiro Silva Júnior. In: Dicionário Crítico do Feminismo. Org. Helena Hidrata. Françoise Laborie. Hélène Le Doaré. DanièleSenoTier. São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 173-178.

FERNANDES, D. de A. O Gênero negro: apontamentos sobre gênero feminismo e negritude. Estudos Feministas. Florianópolis, 24(3): 691-713, setembro/dezembro, 2016.

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: SILVA, L. A. et al. Movimentos sociais urbanos, minorias e outros estudos. Ciências Sociais Hoje, Brasília, ANPOCS n. 2, p. 223-244, 1983.

HOOKS, bell. Mulheres negras: moldando a teoria feminista (Black women: shapingfeministtheory). Revista Brasileira de Ciência Política, nº16. Brasília, janeiro - abril de 2015, pp. 193-210. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-335220151608.

HOOKS, b. Intelectuais Negras. Revista Estudos feministas. Nº2/95. vol.3. 1995.

JUTEAU, D. Etnicidade e nação. Tradução: Francisco Ribeiro Silva Júnior. In: Dicionário Crítico do Feminismo. Org. Helena Hidrata. Françoise Laborie. Hélène Le Doaré. DanièleSenoTier. São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 90-96.

KILOMBA, G. Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LIMA, A. Árvore Sagrada. In: Daniela Galdino. (Org.). Profundanças 2. Ipiaú: Voo Audiovisual, 2017. p. 11.

RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Downloads

Publicado

2021-01-31 — Atualizado em 2021-01-31

Versões

Como Citar

SANTOS DE MATOS, E.; PEREIRA DO SACRAMENTO, S. M. ÁRVORE SAGRADA: ESCRITURA DE MULHERES NEGRAS, INTERSECCIONALIDADE E RESISTÊNCIA ÀS ESTRUTURAS CANÔNICAS. Revista InterteXto, Uberaba, v. 13, n. 2, p. p.187 – 211, 2021. DOI: 10.18554/it.v13i2.5104. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/article/view/5104. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS VOLUME TEMÁTICO: "Questões de gênero/sexo na linguística e na literatura"