A geografia do povo terena e(m) práticas escolares interculturais
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v17i1.7285Palavras-chave:
Jeito de Ser Terena, Geografia Terena, Práticas Interculturais, Escola IndígenaResumo
Neste texto, trazemos parte das reflexões resultantes de uma pesquisa mais ampla que objetivou analisar como a escola tem contribuído, a partir de práticas interculturais, para a reafirmação e fortalecimento da geografia do povo Terena. Argumentamos que a escola indígena Terena é atravessada pelo “Jeito de ser Terena” que os diferencia enquanto sujeitos em relação à sociedade ocidental e os identifica enquanto povo. Apresentamos e analisamos algumas atividades desenvolvidas por estudantes e professores das escolas indígenas das aldeias Aldeinha, Bananal e Brejão, localizadas em Mato Grosso do Sul que manifestam compreensões dos Terena referentes às cosmologias, temporalidades e espacialidades, as quais constituem a geografia desse povo. Essa geografia é expressa em sua forma de organização espacial e na temporalidade que atravessa o ensino de diferentes disciplinas nas escolas, por meio de práticas, abordagens de ensino, ressignificação dos conteúdos, além dos saberes tradicionais que estão presentes em todo o ensino e na organização das escolas. Concluímos que nas relações entre a escola e o Jeito de Ser Terena, reafirma-se uma geografia Terena, presente nas ações e temporalidades da instituição escolar.
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