Kenoma e o processo de escrita cartográfica
o eterno recomeçar do professor
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v17i1.7320Palavras-chave:
escrita cartográfica, formação de professores, narrativa, cinemaResumo
O presente artigo, construído como um roteiro para cinema, explora as possibilidades de escrita cartográfica baseadas na experiência da qualificação de mestrado sobre o ser-professor de Geografia, apresentadas pelo autor deste artigo e orientadas pelo seu co-autor, elaboradas na forma de um diário. O cinema foi o primeiro intercessor deste processo de escrita. A palavra Kenoma tem sua origem no grego arcaico Kénosis, que se refere ao processo de esvaziamento e é o título do filme Kenoma, dirigido por Eliane Caffé e roteirizado por Luiz Alberto de Abreu, dramaturgo cujo processo de pesquisa e criação é atravessado pelo questionamento do narrador na atualidade, em diálogo com a análise do narrador realizada por Walter Benjamin, na Alemanha dos anos 30. Segundo Abreu, o narrador do período pré-industrial perdeu sua função e na atualidade este narrador está sempre a recomeçar. Se por um lado, os diários apresentados na qualificação narram as emoções de um professor em processo de esvaziamento, o argumento aqui apresentado apropria-se do narrador machadiano de Memórias Póstumas de Brás Cubas para explorar os movimentos de eterno recomeçar do ser professor na atualidade.
Referências
A BELA DA TARDE. Direção de Luis Buñuel. Raymond e Robert Haikim. França, 1967. 100 min.
ABREU, Luis Alberto de. A restauração da Narrativa, In: O Percevejo. Rio de Janeiro: UNIRIO, ano 8, n. 9, p.115 – 125, 2000.
ALMEIDA, Alberto Carlos. A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2007.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. de Sergio P. Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012.
COSTA, Luciano Bedin da. Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV - Santa Maria - vol. 7, n.2, p. 66-77 - mai./ago.2014. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revislav/article/view/15111
___________. O esgotado. In: Sobre o Teatro. Rio de Janeiro, RJ: Zahar Editora, 2010.
DELEUZE, Gilles. & GUATTARI, Félix. O anti-édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo, SP: Editora 34, 2011.
___________. Mil Platôs: Capitalismo e esquizofrenia. Volume 5. São Paulo: Editora 34, 2012.
GALLO, Silvio. Subjetividade, Ideologia e Educação. 2ª ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2019.
GHOST, DO OUTRO LADO DA VIDA. Direção de Jerry Zucker. EUA, 1990. 128 min.
HISTÓRIA SEM FIM. Direção de Wolfgang Petersen. Alemanha & EUA, 1984. 94min.
ILHA DAS FLORES. Direção de Jorge Furtado. Casa de Cinema de Porto Alegre. Brasil, 1989. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=e7sD6mdXUyg . 13min.
KENOMA. Direção de Eliane Caffé. Warner Bros. Brasil, 1998. 109 min.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro, RJ: Rocco, 2020.
MASSEY, Doreen. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2015.
MELANCOLIA. Direção de Lars Von Trier. Zentropa, Dinamarca, 2011. 136 min.
O DISCRETO CHARME DA BURGUESIA. Direção de Luis Buñuel. Serge Silberman. França, 1972. 102 min.
OLIVEIRA JR, Wenceslao Machado de. Grafar o espaço, educar os olhos: rumo a geografias menores. Pro-posições, 20(3), 17–28. (2009).
____________. Vídeos, resistências e geografias menores - linguagens e maneiras contemporâneas de resistir. Revista Terra Livre, v. 1, p. 161-176, 2010. XIV Colóquio Ibérico de Geografia.
____________. Geografias menores: potências de expressão entre imagens, pesquisa e educação. Revista Brasileira de Educação em Geografia, Campinas, v.9, n. 17, p. 27-43, jan/jun, 2019.
O TRIUNFO DA VONTADE. Direção de Leni Riefenstahl. Leni Riefenstahl. Alemanha, 1935. 114 min.
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre, RS: Editora da UFRGS, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Triângulo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.