A colonialidade do saber e as possibilidades outras para o Ensino de Ciências
um relato a partir de encontros
DOI:
https://doi.org/10.18554/rt.v18iEsp.1.8008Palavras-chave:
Ensino de Ciências e Biologia, Colonialidade do Saber, Diálogos InterculturaisResumo
Dados os sistemas de exploração e a crise climática e humanitária que se agravam, é fundamental refletir sobre o paradigma científico, principalmente na América Latina. Este relato de experiência é produto de uma palestra ministrada no VI EREBIO realizado na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, articulada a percepção sobre as discussões e pautas emergentes durante o evento. O objetivo consiste em questionar a raiz cientificista da ciência moderna e apontar possíveis caminhos interculturais para ensino de ciências. Percebe-se nas ciências naturais e exatas uma objetividade e isolamento dos objetos de estudo que não se verificam na natureza, e, portanto, oferecem uma interpretação incompleta do todo que busca a descrição e o domínio do mesmo. No entanto, se pensarmos os conhecimentos construídos por povos originários e comunidades tradicionais a partir da relação com a natureza e suas dinâmicas, alcançamos uma leitura complexa e multidimensional dos organismos e fenômenos naturais e da relação com a sociedade, o que poderá subsidiar a construção de outro modo de nos relacionarmos com o ambiente, frente a crise socioambiental que avança. Assim, outras possibilidades para a ciência, vinculadas ao território, ao corpo e a biodiversidade apresenta potencialidades para o ensino comprometido com transformações socioambientais.
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