O TRATAMENTO DA VARIAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS EM ESPANHOL E EM PORTUGUÊS : UMA ANÁLISE NORMATIVA
DOI:
https://doi.org/10.18554/ri.v13i1.4666Palavras-chave:
demonstrativos, norma linguística, variação linguística, língua portuguesa, língua espanhola.Resumo
Este estudo compara os usos dos demonstrativos conforme descritos por gramáticas de língua portuguesa (este, esse, aquele) e de língua espanhola (este, ese, aquel), isso para identificar o tratamento variacionista no uso dessas formas. O interesse decorre da redução no sistema ternário dos demonstrativos, observável em ambas as línguas. No português, nota-se uma neutralização de “esse” e “este”, tornando-os formas variáveis que se opõem a “aquele” – referente ao que não está no domínio da 1ª e 2ª pessoas. No espanhol, por sua vez, observa-se a existência de duas normas: (i) “ese” encaixa-se no campo funcional de “aquel”, estabelecendo uma variável que se opõe a “este” – o que está no domínio da 1ª e 2ª pessoas; (ii) “ese” encaixa-se no campo funcional de “este”, estabelecendo uma variável que se opõe a “aquel” – o que não está no domínio da 1ª e 2ª pessoas, a exemplo do que ocorre em português. Diante dessas particularidades, espera-se, com este trabalho, entender (i) como as gramáticas de ambas as línguas descrevem o uso dos demonstrativos, (ii) identificar pontos de semelhança e diferença entre essas línguas, (iii) analisar como é contemplada a variação no uso dessas formas no registro gramatical. Para tais análises, serão consultadas, entre outras, as gramáticas de Pasquale e Infante (2010), Bagno (2012, 2013), Neves (2000, 2018), Cunha e Cintra (2016) e Bechara (1977). Em língua espanhola, as obras de Bello (2004), Di Tullio (2017), Hernández Alonso (1996), Torrego (2002), Bosque e Demonte (1999) e RAE (1982, 2010).
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