A REATUALIZAÇÃO DO MITO DE MEDEIA EM EURÍPIDES, OVÍDIO E SÊNECA
DOI:
https://doi.org/10.18554/it.v14iEspecial.5532Palavras-chave:
Mitologia clássica, Medeia, Eurípides, Ovídio, SênecaResumo
Porque é uma criação do homem e para o homem, o mito representa uma realidade sagrada e verdadeira que reflete, segundo o Roland Barthes de Mitologias (1989), as características sócio-históricas da sociedade em que ele tem existência e, uma vez estabelecido como prática religiosa e cultural, tem também a capacidade de adquirir novos significados que se renovam a cada uso sem esgotar seu discurso primeiro. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo contextualizar o processo da reatualização mítica, com base nos estudos de Mircea Eliade, de Mito e Realidade (1986), observando como tal fenômeno ocorre desde a Antiguidade Clássica, a partir da delimitação do campo de observação na esfera das obras clássicas greco-latinas, uma vez que o mito na Antiguidade tinha valor sacro e, embora tenha tido variados graus de adesão, também era experimentado como instância viva e concreta. Assim sendo, a presente investigação toma em estudo o mito de Medeia, a fim de compreender os aspectos que o constroem e constituem tanto em uma epístola de Ovídio contida n’As Heroides, como nas tragédias homônimas de Eurípides e Sêneca, levando em consideração como o contexto sócio-histórico desencadeia o processo de reatualização mítica, e o modo com que o gênero literário concretiza esse movimento.
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