O STATUS DO ESPANHOL NA PÓS-GRADUAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO

Autores

  • Andrea Silva Ponte Universidade Federal da Paraíba
  • Rafael Eduardo Santana de Sousa Universidade Federal da Paraíba
  • Glenda Mirelly Carvalho de Medeiros Universidade Federal da Paraíba
  • Maria Natalia de Souto Carneiro Universidade Federal da Paraíba
  • Maria Hisabel Chagas Jordão Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.18554/it.v14i1.4831

Palavras-chave:

Língua espanhola, Internacionalização, Ensino Superior, Política Linguística

Resumo

O presente artigo origina-se de um projeto de pesquisa de iniciação científica cujo objetivo é mapear o espaço das línguas estrangeiras nos programas de pós-graduação (stricto sensu) em duas Universidades Federais na Paraíba e em Pernambuco, e averiguar a incidência e o status destas línguas nos referidos programas bem como sua relação de consonância ou divergência com as Resoluções de Internacionalização e Política Linguística destas universidades. Trata-se de uma primeira etapa do mapeamento da região Nordeste e visa completar os dados que estão sendo levantados, concomitantemente, por pesquisadores de outras regiões do Brasil, como parte das atividades do Observatório PLiCiES – Políticas da Linguagem na Ciência e na Educação Superior. A análise apresentada neste artigo, com ênfase na situação do espanhol, se realiza em um espaço de reflexão e resistência acerca da posição ocupada pelo inglês no cenário mundial da Ciência e do Ensino Superior. Quanto aos procedimentos, lançou-se mão de uma série de instrumentos de pesquisa: revisão bibliográfica, análise de documentos institucionais e levantamento de dados acerca da presença e status das línguas na pós-graduação. Como referencial teórico, a Política Linguística – Cooper (1997), Spolsky (2016), Hamel (2013, 2017), Arnoux (2016). Quanto aos resultados, pode-se afirmar que o espanhol ocupa um lugar periférico e o cenário geral ainda oferece pouco espaço para as línguas estrangeiras, o que implica em políticas linguísticas incipientes. Observa-se, no entanto, uma oportunidade para o desenho e implementação de políticas mais favoráveis ao fortalecimento do espanhol, necessário para o estreitamento de diálogos acadêmicos e científicos com a América Latina.

Biografia do Autor

Andrea Silva Ponte, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Letras (Bacharelado) pela Universidade de São Paulo (1997), mestrado (2004) e doutorado (2013) em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas, atuando principalmente nos seguintes temas: língua espanhola, ensino/aprendizagem de língua estrangeira, ensino de espanhol no Brasil e política linguistica. Membro do NEPEL - Núcleo de Estudos em Política e Educação Linguística e do Grupo de pesquisa Lenguatge - políticas linguísticas, materiais didáticos e formação de professores de línguas adicionais e/ou estrangeiras.

Referências

ALFAL – Associação de Linguística e Filologia da América Latina. Projeto 08 – Políticas de linguagem na América Latina. Declaração por uma ciência e educação superior pública, gratuita, crítica, humanista, intercultural, baseada em modelos plurilíngues de investigação e docência. Bogotá: ALFAL, 2017. Disponível em: < https://alab.org.br/wp-content/uploads/2018/02/Declarac%CC%A7a%CC%83o-de-Bogota%CC%81.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2020.

ANDRADE, Camila Souza de. Políticas linguísticas e internacionalização acadêmica: entre o status da língua inglesa e a promoção do plurilinguismo. Niterói: UFF, 2018. 82 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Disponível em: < https://app.uff.br/riuff/handle/1/9947>. Acesso em: 3 jun. 2020.

ARNOUX, Elvira Narvaja. Minorización lingüística y diversidad: en torno al español y al portugués como lenguas científicas. In: RINESI, Eduardo et al. (Eds.). Hombres de una república libre. Universidad, inclusión social e integración cultural en Latinoamérica. Buenos Aires: Universidad de General Sarmiento, 2016. Texto cedido pela autora.

AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. Trad. Eni Puccinelli Orlandi. 2. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

BEIN, Roberto. La ruta de las políticas lingüísticas. In: MARTÍNEZ, Angelita; GONZALO, Yesica; BUSALINO, Natalia. Rutas de la lingüística en la Argentina II. La Plata: Universidad Nacional de La Plata, 2017. P. 51 – 60.

BRASIL. Ministério de Educação/CNPq/CAPES. Ciência sem Fronteiras. 2011. Disponível em: <http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/o-programa>. Acesso em: 10 jul. 2020.

CALVET, Louis Jean. Las políticas lingüísticas. Buenos Aires: Ed. Edicial, 1997.

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Ofício nº09/2016 da DAMP/CGMP/DAV/CAPES. Brasília: CAPES, 2016.

COOPER, Robert. La Planificación linguística y el cambio social. Traducción española. Madrid: Cambridge University Press, 1997.

HAMEL, Rainer Enrique. El campo de las ciencias y la educación superior entre el monopólio del inglês y el plurilingüismo: elementos para uma política del linguaje em América Latina. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, n. 52.2, p. 321-384, jul./dez., 2013.

HAMEL, Rainer Enrique. Enfrentando las estategias del imperio: hacia políticas del lenguaje en las Ciencias y la Educación Superior en América Latina. In: DINIZ, Alai Garcia; PEREIRA, Diana Araújo; ALVES, Lourdes Kaminski (Orgs.). Poéticas e Políticas da linguagem em vias de descolonização. São Carlos: Pedro & João Editores, 2017. P. 229-261.

JACUMASSO, Tadinei D. Política linguística na pós-graduação paranaense: um estudo sobre exames de proficiência. In: SOUSA, S. C. T.; PONTE, A.; SOUSA-BERNINI, E. N. B. (Orgs.). Fotografias da Política Linguística na pós-graduação no Brasil. João Pessoa: Editora da UFPB, 2019. P. 385-416.

ORTIZ, Renato. As Ciências Sociais e o inglês. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 19, n. 54, p. 5 – 22, fev., 2004.

RIBEIRO DA SILVA, Elias. A pesquisa em política lingüística: histórico, desenvolvimento e pressupostos epistemológicos. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, v. 52, v. 2, p. 289-320, jul./dez. 2013.

SOUSA, Socorro Claudia T.; PONTE, Andrea; SOUSA-BERNINI, Emny Nicole B. A área de Política e Planejamento Linguístico no cenário internacional e nacional. In: SOUSA, Socorro Claudia T.; PONTE, Andrea; SOUSA-BERNINI, Emny Nicole B. (Orgs.). Fotografias da Política Linguística na pós-graduação no Brasil. João Pessoa: UFPB, 2019. p.5-50.

SPOLSKY, Bernard. Para uma Teoria de Políticas Linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. Tradução de Paloma Petry. Revisão técnica de Pedro M. Garcez. Disponível em: < http://revel.inf.br/files/f69d74cdefbd9c6efb801010f2ac8b13.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2020.

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco. Plano de Internacionalização UFPE 2017-2027. Abril/2018. Recife: UFPE, 2018a. Disponível em: https://www.ufpe.br/documents/38974/1881479/pli_ufpe_port.pdf/f96ae1cf-f839-4506-8e72-580852bca175. Acesso em: 10 jun. 2020.

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco. Resolução n. 03/2018. Institui e regulamenta a Política linguística da UFPE. Recife: UFPE, 2018b. Disponível em: https://www.ufpe.br/documents/398575/1248295/Res+2018+03+CONSUNIV.pdf/88ed33a0-7b9b-4c5f-bcef-586faecc640f. Acesso em: 5 jun. 2020.

UFPB – Universidade Federal da Paraíba. Resolução n. 06/2018. Regulamenta a Política de Internacionalização da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa: UFPB, 2018. Disponível em: < file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Runi06_2018%20(2).pdf>. Acesso em: 5 jun. 2020.

Downloads

Publicado

2021-09-11

Como Citar

PONTE, A. S.; SOUSA, R. E. S. de; MEDEIROS, G. M. C. de; CARNEIRO, M. N. de S.; JORDÃO, M. H. C. O STATUS DO ESPANHOL NA PÓS-GRADUAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO. Revista InterteXto, Uberaba, v. 14, n. 1, p. 182–202, 2021. DOI: 10.18554/it.v14i1.4831. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/article/view/4831. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS (Temática: "Perspectivas sociolinguísticas sobre a língua espanhola”)