Sobre a Revista

A Revista Triângulo (ISSN 2175-1609) tem a missão de disseminar o conhecimento científico e incentivar debates acadêmicos nos campos de Fundamentos e das Metodologias Educacionais assim como das Políticas, dos Saberes e Práticas Educativas, da Formação de Professores e da Cultura Digital em interface com a Educação. 

The Revista Triângulo (ISSN 2175-1609) has the mission to disseminate scientific knowledge and encourage academic debates in the fields of the Fundamentals and Educational Methodologies, as well as the Policies, Knowledge and Educational Practice of Teacher Education Training and of Digital Culture in interface with Education.

La Revista Triângulo (ISSN 2175-1609) es un periódico con la misión de difundir el conocimiento científico y fomentar los debates académicos en los campos de Bases y Metodologías Educativas, así como las Políticas, Conocimiento y Práctica Educativa, de la Formación Docente y de la Cultura Digital en la interfaz con la Educación. 

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O(s) modo(s) e forma(s) de se compreender e ensinar a(s) África(s): refletindo sobre ensino e seus métodos.

2024-03-01

O continente africano tem sido representado, compreendido e descrito a partir de diferentes modos e formas ao longo do tempo na sociedade brasileira. Especialmente nos últimos trinta anos, ele se constituiu como ponto de interesse para alguns setores, notadamente comunidades tradicionais e alas expressivas dos movimentos sociais. Na atualidade, apresenta-se como baliza para a construção das identidades de grupos e se constitui como ponto central de reivindicações diversas, que tem na ideia de raça o lastro principal. Conforme Mudimbe (2019; 2023), a África é tributária de uma biblioteca colonial, que traz consigo as ideias diretamente ligadas ao estado de natureza selvagem, destituída de mudanças, movimentos e aspectos civilizacionais. Na perspectiva hegeliana, a África não tem movimentos, portanto, não possui história (Hegel, 1999). Soma-se aos descalabros a ideia de que a África se define pelos equipamentos biológicos dos sujeitos, como se todos que lá vivessem fossem passíveis de serem compreendidos como pertencentes a um só grupo, povo, etnia ou raça. Aqui temos, portanto, o principal aspecto do que se nomeia como África brasileira, mama África (ZAMPARONI, 1995; 2007; REZENDE, 2022) ou a África essencializada, congelada no tempo e no espaço. Esta representação é dotada de razoável poder, a ponto de estar presente em narrativas que pretendem transmitir versões romantizadas da história do continente, a exemplo de algumas produções cinematográficas, como a Pantera Negra (Black Panther, 2018).

De modo geral, esta tem sido a tônica das representações sobre a África, ou da África, nas salas de aula, seja em acepções positivas, lastreadas em versões essencializadas e/ou idealizadas, ou nas versões em que o continente se torna, quando muito, mero fornecedor de mão de obra escrava para as economias de plantations do contexto posterior ao século XVI (LIMA, 2018). A questão que deve ser posta ao debate é assaz perturbadora: é possível dispor de meios e métodos que, em alguma medida, tomem representações que disponham de maior aderência com a pluralidade sócio-histórica cultural existente do outro lado do Atlântico? E ainda, é possível lançar mão de outros mecanismos que rompam com as dicotomias que enclausuram o continente em dimensões anacrônicas, reféns dos discursos da raça, ou de um atraso atávico, que em nada condizem com as dinâmicas e protagonismos dos seus mais diversos povos?

Seguindo o escopo da Revista Triângulo, cuja prioridade é divulgar o conhecimento científico e incentivar o debate acadêmico, este dossiê tem por objetivo refletir sobre as diferentes possibilidades do ensino de África nas mais diversas áreas do conhecimento. O dossiê visa compreender as visões críticas de um continente definido ora pelos discursos que preconizam por uma dimensão essencializada e homogênea do sujeito africano, ora por versões que retiram dos seus muitos países as dinâmicas e os protagonismos típicos do fazer cultural. Serão bem-vindos trabalhos que remetam às análises sobre o ensino de África nas diferentes áreas das humanidades.

Submissão até o dia 25/10/2024.

Avaliação por dois pareceristas anônimos 25/11/2024. 

Previsão de publicação entre 25/12/2024 a 25/01/2025

Coordenação:

Dr. Ivaldo Marciano de França Lima (UNEB - DEDC II)      ivaldomarciano@gmail.com

Dra. Márcia Cristina Lacerda Ribeiro (UNEB DCH-VI)     mclribeiro400@gmail.com   

Dr. Rodrigo Casto Rezende (UFF- Campos dos Goytacazes) rcrezende@id.uff.br

Referências

BLACK Panther. Direção de Ryan Coogler. Marvel Studios, Walt Disney Pictures, 2018.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da História. Brasília: UNB, 1999.

LIMA, Ivaldo Marciano de França. Representações da África no Brasil. Novas Interpretações. Recife: Bagaço, 2018.

MUDIMBE, V. Y. A Invenção de África. Gnose, Filosofia e a Ordem do Conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2019.

MUDIMBE, V. Y. A ideia de África. Petrópolis: Vozes, 2023.

Os discursos sobre África e a identidade negada no Brasil: o papel da União Africana na constituição de um continente. Revista África [s], v. 9, p. 11-47, 2022.

ZAMPARONI, Valdemir. A África e os Estudos Africanos no Brasil: passado e futuro.

Ciência e Cultura, vol. 59, n. 02, p. 46 – 49, 2007.

ZAMPARONI, Valdemir. Os Africanos no Brasil: Veredas. Revista Educação Pública

Vol. 04, n. 05, p. 105 – 124, 1995.

Saiba mais sobre O(s) modo(s) e forma(s) de se compreender e ensinar a(s) África(s): refletindo sobre ensino e seus métodos.

Edição Atual

v. 16 n. 3 (2023): SETEMBRO - DEZEMBRO
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Publicado: 2024-01-24

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